12 de setembro de 2012

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Acho graça quando você me olha como se quisesse guardar cada detalhe do meu rosto na sua memória, sabia? E rio, porque em sua companhia tenho o riso fácil e sou mais eu. Sem armaduras, porque você segurou a minha mão e sem dizer nada, me fez entender que o medo não se faz mais necessário. É engraçado também quando, no meio do caminho, olho pra você e pergunto porque você está falando tão pouco e só depois, quando você sorri como quem não sabe o que dizer ou talvez apenas como dizer, me dou conta de que na verdade fui eu quem falei demais. É com você que eu me acalmo depois de todos esses dias que quase nunca são fáceis, porque é você que expõe o seu ponto de vista sensato sobre o que eu vivo e sobrevivo porque sei que no fim das contas sempre tem o seu abraço e o seu sorriso. Acho lindo quando você pede um abraço e depois de alguns milésimos de segundos diz: "dos nossos", bem baixinho, apenas para que eu me certifique de que você não quer qualquer abraço e sim aquele, nosso, em que nos apertamos até que seu cheiro fique na minha pele e vice-versa.Você é sempre o verso quando eu acho que o dia não pode ter melodia e às vezes, mesmo sem estar ali, faz com que a dor vire poesia. 
Gosto de sentar, jogar meus pés sobre as tuas pernas e reclamar quando você começa mexer com os dedos na minha canela, apenas pra que você se desconcentre e se questione, ainda que o conflito seja apenas interno, como pode haver no mundo alguém que goste tanto de te contrariar. Eu gosto. E quase sempre te digo não só para ver a sua cara, acontece que, agora você me conhece e me desvenda, sabe quando meu não é sim. Isso é ótimo e chama cumplicidade e sinergia. Essa mesma que nos faz dizer as coisas ao mesmo tempo, seja pessoal ou virtualmente. Acontece que você me entende e  que com você, não tenho rédeas, me despreocupo com o que haveria de ser, porque somos e ponto final. Fica tão mais bonito quando me dou conta de que você conhece todas as minhas vírgulas. E todas as minhas jogadas, quase sempre sabe o momento exato em que dizer "xeque-mate" e me ganhar. 
Culpo-me, por talvez, não ser quem você gostaria que eu fosse, mas tão em breve sou absolvida pelo seu ar de quem entende de tudo e mais um pouco, até do que eu não sei. E quando apenas seu ar não é suficiente e eu uso as palavras para me desculpar por não ser a pessoa mais fofa e carinhosa do universo, vem você dizendo que na verdade, sou sim e só me faço de brava e difícil. Me armo. E quando brava minha munição logo é tida como sua, que me desmonta dizendo que eu fico a coisa mais linda do mundo bravinha, dou soquinhos no ar e nada disso funciona, você é insistente. 
Adoro quando posso passar horas na sua companhia, embora pareça que nunca é tempo o bastante. E você me olha depois de me abraçar dizendo que não quer me deixar, sou forte e digo que é preciso. Ledo engano, nada mais me é preciso quando posso estar com você.