26 de dezembro de 2014

Desejo de ano novo.

Para ser lido ao som de Rather Be - Clean Bandit





Para contar sobre você, devagar, escolho dizer que a cada encontro você deixa algo de bom em mim. E apesar de estar me equilibrando entre o medo e a delícia de me apaixonar, eu tenho certeza que você é um destes presentes que o universo, em sua imensa sabedoria e com imenso cuidado, colocou em meu caminho. 

Acho linda a sua delicadeza ao me tratar como pequena flor. Admiro o cuidado em cada palavra, carinho, beijo, abraço e momento compartilhado na delícia de sua companhia. Feito quando você caminha com o braço envolto em meu corpo como se me colocasse sob redoma, de modo que ninguém – nem eu mesma e meu jeito desastrado – possa me machucar.

Aquele abraço que você me dá, enquanto diz em meu ouvido que ainda dá tempo de desistir de descer do carro para então passar o resto da noite com você. Ou seu riso descarado quando esconde minhas chaves para desfrutar um pouco mais da minha companhia, como se fosse preciso. 

Acho graça quando você me pergunta como está o tempo antes de escolher a roupa para me buscar. Nunca te contei, mas ainda fico apreensiva ao escolher a roupa para te ver e antes de tudo penso sempre no sapato, só você sabe o por quê. Seria tão mais fácil se na agenda nós também colocássemos o dress code. Entretanto, isso seria impossível, pois, mesmo depois de todo esse tempo, ainda somos indecisos em todos os encontros. Não vejo problema algum em rodar a cidade toda com você e decidir ir ao lugar que me indicaram mesmo. E o meu ritual de te pedir um abraço antes de qualquer beijo e ficar pendurada no seu pescoço enquanto afago seus cabelos e esqueço-me da vida sentindo seu cheiro e sua bochecha colada na minha. Você afaga meus cabelos e eu penso que poderia ficar sob seus cuidados para sempre.

Não me importo de passar madrugadas em claro se eu tenho você me fazendo companhia no aplicativo de mensagens, sobretudo, se essa for a única forma de matar a saudade que vezenquando vem me dizer que parece que você veio pra ficar. Mesmo quando não fica. Então, somos você na cidade que não dorme nunca e eu no meu universo lilás, atravessando a madrugada feito dois adolescentes bobos.

Quanto ao tempo que haverá de durar, não nos demos nenhuma certeza. No entanto, não devemos nos apressar se temos o agora que é exatamente tudo que precisamos.

Confesso que não estou acostumada a levar a vida assim sem promessas. Mas essa leveza de não ter obrigação nenhuma e permanecer apenas porque é isso que nos faz bem, tem sido uma descoberta deliciosa. Às vezes tenho vontade de perguntar como é que cê faz pra roubar meus pensamentos sem oferecer nenhuma garantia, mas logo você rouba também a cena e me dá outras respostas que eu nem sabia que estava à procura.

O que preciso dizer agora é que a sua gentileza me dá vontade de acreditar no mundo. A forma que você trata até aqueles que não conhece desperta em mim o desejo de fazer de você um modelo de comportamento. Não sei se fiz algo para merecer alguém como você na minha vida, mas se aqui está, deixo continuar. Alguém que ri de mim e me faz rir é tudo o que eu sempre quis da vida.

Se isso é amor eu não sei. Só sei que tenho vontade de pedir pra você ficar quando tem que ir embora e quando quem vai, sou eu, a vontade é de pedir pra vir comigo.

Talvez eu não tenha crédito para um novo pedido de ano novo. Mas, eu desejo pra você tudo de melhor, a começar por nós.


25 de dezembro de 2014




“Ficar seria tolerar suas mancadas. Você precisa perder pra entender onde errou, que isso que você faz é um erro, um dos feios. Que evitar e não tocar mais no assunto não é perdão ou esquecimento. É sufocar. E eu estava sufocando… Partes de mim querem ir embora, partes de mim querem ficar. Ainda não terminei de gostar de você. Mas consegui. Agora fui. Porque comecei isso querendo ser seu companheiro, passei a cúmplice das suas maldades, e ficar dessa vez vai me fazer seu comparsa. Não é um ‘até amanhã’ nem ‘até breve’ e nem ‘até mais’. É um ‘até você mudar’ ou ‘até você não ser mais quem você é’. Até nunca, então.”

— Gabito Nunes.

10 de dezembro de 2014

(Perdo)Ar-te.

Você não é perfeito e eu também não. Mas, muitas vezes fui tomada pelo desejo de te ensinar a ser conforme a minha vontade. Pois agora me dei conta de que isso, além de ser um ato de grandioso egoísmo, também é um ato de imensa violência.
Me desculpe.
Sei que muitas vezes invadi um espaço que não cabe a mim, porque é tão e somente seu.
Eu errei.
Errei todas as vezes que desejei que você fizesse algo de acordo com a minha vontade. Errei quando, a cada briga, quis te ensinar a alguém diferente apenas porque supunha que este alguém – completamente moldado por mim – não seria capaz de me magoar.
Ato falho.
Fui incapaz de perceber que todo criador é responsável pela sua criatura. E que em algum lugar e momento isso significa que: cria e atura a própria dor que criaste, criador.
Me tranquei numa torre e quis que você construísse um reino encantado ao meu redor. Atribuí a você uma responsabilidade que não pertence à ninguém - além de mim. Projetei um príncipe em alguém que não era Real, porque era invento (meu).
Meu Deus! Estive tão cega que quis dar a você a divindade que nem eu e nem criatura humana alguma possui. Errei tanto na tentativa de só acertar e fazer com que você acertasse. Mas, quem é que me concedeu os poderes de juiz?
Abri os olhos – tardiamente, talvez – e vi que eu magoei e feri você tentando evitar que você pudesse me ferir – mais –, queria para mim o seu direito de livre arbítrio.
Julgando-me tão humana fui desumana com seu jeito próprio de ser – quem ou o que quiser. 
Perdoo-me pelos meus erros.Você também?