18 de novembro de 2013

Coração Valente.




Por mais que vez em sempre eu engula meu orgulho e escreva pra você, sempre fica algo por dizer e hoje preciso dizer que pensei em você. Logo pela manhã, quando corri os olhos pelo título da coluna do Antônio deste domingo – Separações – e como cantou Djavan: “o pensamento lá em você”, dentre tantas histórias, das separações, uma me chamou a atenção: a história de uma garota das artes que se apaixonou pelo homem dos números. E se separaram. Li todas as outras e pude notar uma evidência comum: não há motivo para o adeus. Talvez não seja só conformismo dizer que “tinha que acontecer”.
Nos reconheci naquela história que não tinha porque começar, mas começou e ninguém esperava que acabasse, mas acabou. E tudo que houve entre um acontecimento e outro só cabe aos nós que atamos e conjugamos juntos.
Tudo bem, eu confesso que dizer que pensei hoje em você é omitir todos os pequenos pensamentos diários que sou capaz de  controlar. Uns mais ou menos doloridos que os outros. E se quer saber, alguns conseguem, inclusive, me fazer sorrir. Por egoísmo, guardo quase todos, tesouros preciosos de uma história que não diz respeito a mais ninguém. Às vezes me pergunto: Será que ele lembra? Talvez eu nunca tenha a resposta.
Mas, hoje, eu queria dizer que ainda não aprendi o que fazer quando um grande amor acaba. Talvez porque não haja receita. Ninguém escreveu um passo a passo para ajudar quem se afoga em lágrimas quando aquele que amamos, sem mais nem menos, decide ir embora. E se a decisão foi tomada em comum acordo e culpa é duplicada, pois você pensa que poderia, talvez, ter batido o pé, teimosa e insistente como tem fama. Mas eu digo agora o que aprendi com o fim de um grande amor:

Um grande amor acaba somente na prática. Mas, vive para sempre dentro de nós, nas lembranças, nos sorrisos, nos vícios e manias daquele que partiu ou ficou para trás. E cabe a nós, não deixar que isso nos acorrente ou diminua a possibilidade de sentir coisas novas e grandiosas outra vez, pois um marinheiro não deixa de navegar porque encontrou um porto, há sempre caminhos novos para serem desbravados pelos corações valentes.

29 de setembro de 2013

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Tem gente que tem pequenez acorrentada na alma.
Prefere carregar todas as pedras que lhe atiraram no caminho, pensando em um dia, devolvê-las.
Creio eu, que estas almas mesquinhas e pequeninas, tornar-se-ão amargas antes de amadurecer.
Tornar-se-ão podres antes de se ver florir.
Já fui assim e desisti. 
Carregar o peso do problema alheio não é tão simples assim. Porque se alguém é amargo ou infeliz, não é problema meu. Vou praticar o egoísmo na tentativa de praticar o bem. Não carrego a mágoa que o outro descontou em mim, para não descontar no próximo. 
Que tudo tem seu tempo e suas dificuldades, sabemos todos. Mas, não podemos nos deixar levar por maus ventos. Haveremos de enlouquecer se tentarmos ser justos demais com aqueles que nos foram injustos. Estou numa fase em que o perdão está sendo o meu maior aprendizado. E melhor também. Não que seja simples, mas quando algo ou alguém me magoa, tento pensar que não sei quais os motivos que levaram aquela pessoa a fazer o que fez. E que talvez saber, não caiba a mim, o que sempre me cabe é saber como lidar o ato. É fato que se eu precisar chorar para esvaziar, eu choro. Mas, não deixo aquele mau sentimento ou sensação ruim fazer morada em mim. 
Abrir mão do que não é artigo de extrema necessidade, faz abrir os olhos para o que é.
Ver beleza no bem que me fazem e perdoar o mal, faz de mim, uma pessoa melhor.


E assim eu levo a vida. Leve.
E que leve a mim, tudo que flor.


25 de agosto de 2013

Temporal.

É tempo de olhar para dentro de mim e enxergar nos meus abismos cada ferida que preciso cuidar. É natural que ao fim de uma história em que você somou e se dividiu, precise passar algum tempo, em silêncio, observando tudo o que precisa ser refeito e buscando por qual caminho se deve recomeçar. Vejo claramente as coisas que você deixou fora do lugar e aos poucos procuro organizá-las. Outras que antes sob seus cuidados hoje contam com o seu descuido e será preciso um tanto de paciência e dedicação para que eu mesma possa dar conta de tudo. Juntando todos os seus sinais descobri que acabou e preciso calar todas aquelas pequenas vozes que surgem dentro de mim perguntando: E se?
Está tudo bem se agora não consigo achar que ninguém seja suficientemente interessante ou inteligente para mim. Não há problemas se há momentos que eu não tenho as respostas para as perguntas que me ocorrem, se não sei (ou sabemos) explicar por que as coisas tomaram este caminho e tudo bem, se alguns momentos são nostálgicos em demasia, sei que isso também passa. Nesse momento, não posso me cobrar demais.  Preciso, sobretudo, me amar demais.
 E farei isso e-xa-ta-men-te agora. Porque não há meios de deixar para depois um sentimento tão imediato e o mais imprescindível para a existência da vida (digna) humana, o tal do amor-próprio. Não pense que eu não me amava enquanto estive com você, eu te amei tanto justamente por proporcionar a mim a possibilidade de enxergar a pessoa que eu era. E por isso lhe serei grata. Não sei você, mas penso que gratidão é uma forma de amor eterno.
Existem coisas que, ainda que você me perguntasse, eu não saberia lhe responder. Mas, sim, sei que acabou. Olhe, querido, isso é nítido. Se quiser saber como me sinto, certamente titubearei entre estou bem e não é o que eu esperava. Apesar de todos os pesares que você conhece tão bem quanto eu, só nós sabemos o quanto eu quis estar do seu lado durante todo esse tempo. E se quis, é porque tive meus (bons) motivos. Não quero guardar mágoa alguma, portanto, aproveito agora para varrer qualquer possibilidade para bem longe do meu coração porque infelizmente, aquela música que disseram minha não se encaixa neste contexto: “cruel como criança ela não cansa”.
Sim, cansei. Por algum tempo você sabe que eu tentei remar neste barco furado dentro deste oceano de incertezas, mas agora meus braços estão bem cansados e eu não posso mais fazer isso sozinha. Parte disso é minha culpa, afinal, quem manda acreditar que pode fazer tudo sozinha? Reconheço minha fragilidade, não pude.

Ouço os trovões que vem lá de fora e não sei se pego o telefone para te anunciar a partida. Agora é temporal, mas daqui a pouco é chegada a hora de sorrir. Abrir as janelas da alma e redescobrir as múltiplas possibilidades que sempre surgem após a chuva quando seremos obrigados a florir.

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Por mais auto-explicativos que sejam os meus textos, sinto que devo uma pequena satisfação: Ando deveras introspectiva e assim que essa fase passar, retornarei para visitá-los.

Um beijo enorme, a todos.

Vida de Luz e Poesia.

27 de julho de 2013

Maria Maria.

                Tenho abraço apertado, sorriso largo e um coração de criança que abrange o raio de alguns quilômetros. Sou curiosa, colo e confessionário de quem quiser chorar ou calar, sou das palavras e muitas vezes falo mais do que devo, mas tenho bons ouvidos. Amo escutar o que as pessoas têm a dizer e se pudesse, passaria a vida lendo as pupilas alheias, desconheço algo mais sincero que um brilho no olhar. Tento ser tão humana – no sentido mais amplo da palavra - quanto possível e sou apaixonada pelas pessoas e tudo o que elas têm a me agregar, apesar dos meus erros e tropeços, eu sempre dou um jeito de levantar o nariz, corrigir a postura e dar mais alguns passos, ainda que desajeitadamente. E tenho meus defeitos também, quem me conhece sabe bem disso: impaciente, grossa, irônica, sarcástica, lisérgica, ciumenta, esquentadinha. Mas, vou fazer o quê? É assim que sou e fui toda vida. Ainda que “toda vida” cubra um espaço de tempo um pouco maior que 20 anos, mas com boas histórias para contar e no meio de tudo: mais aprendizados do que cabem na mão, mais erros do que sei contar e mais amor para que eu possa transbordar. Até que dia desses resolvi confessar que, na verdade, eu fiz escolhas que quase ninguém entende, mas que é sim o que eu penso ser o melhor caminho, talvez o único nessa minha estrada: eu sofrerei por amor o quanto for preciso e que dentro de mim haverá sempre aquela pequena criatura que se recusará a crescer e amadurecer se for pra perder a ternura. E que sim, eu pago caro e se for preciso o dobro, mas sustento o meu vício de amar como se fosse a primeira e única vez, de não me lembrar do último. Não, calma. Não é que não me lembro da face, do cheiro, do gosto. Tem lugar pra todos os acertos numa caixa reservada para as lembranças, eu não lembro dos erros, do que fez dar errado e não tem espaço no meu peito para um coração cheio de mágoa. O nome disso é esperança e eu aprendi muito cedo. Esperança de que talvez o próximo mereça a confiança que o anterior supostamente deveria ter me feito perder, mas não perdi. Perdoei. Amar é sempre uma escolha, mais que uma entrega, é uma escola da qual saímos todos sem diploma. Estaremos, se nos permitirmos, eternamente no jardim de infância. E eu serei sempre a Maria de Milton, com a minha “estranha mania de ter fé na vida”

14 de julho de 2013

O bastante.



            Eu estive até agora hesitante em te escrever, por motivos que você pode compreender facilmente, peço paciência, mas eu ainda não fui capaz de organizar a bagunça que você deixou aqui dentro de mim. As palavras faltaram, a respiração falhou e talvez, eu não tenha sabido ser clara o bastante, então preste atenção: apesar da desordem, tudo permanece aqui. Fico inquieta em meus pensamentos a fim de organizá-los, não dá, no fim das contas acho que é isso que você sabe fazer, é isso que você faz de melhor: tirar o meu sossego. Sempre foi assim, não é? Não que isso seja ruim, mas desde entrou na minha vida aquela história de “um amor tranquilo com sabor de fruta mordida” foi por água abaixo. Eu tenho um amor que me tira o fôlego.
            Desde o princípio, você chegou na minha vida feito furacão, entrando sem pedir licença e fazendo-se notado, quando me dei conta eu já estava mal acostumada com seus cuidados e carinhos. Como é confortável ter o suporte de alguém tão para cima e preocupado com a sua fragilidade oculta. Porque sim, você e eu sabemos que por mais que me faça de durona, eu sou uma menina medrosa que deseja alguém segurando a mão e dizendo “calma, pequena, tudo vai ficar bem”. Sempre fica. O problema é que você foi embora sem dizer porque e as únicas mãos que me seguravam eram as minhas próprias. Confesso: Tive medo.
            Pude me descobrir muito mais forte do que supunha, percebi que chorar é mais do que preciso e alivia bastante e que eu consigo caminhar sem você, embora não queira. Tive que continuar, apesar dos tropeços e do desejo de correr pro teus braços e ficar quieta, sem dizer coisa alguma. É apenas na presença da ausência que somos capazes de perceber o quão essencial alguém se torna nas nossas vidas. Foi isso que você se fez, por mérito próprio, essencial. E sabe qual era a minha vontade? Apagar tudo. Nos momentos de raiva, desejei jamais ter te conhecido. Mas, aos poucos me recobrava e percebia o quão insano seria isso, você me ensinou muitas coisas e a minha admiração por você, mesmo na dor, é infinita. Acompanhava de longe a tua caminhada e, meu Deus, como eu desejava te aplaudir. Deixei cada coisa acontecer no próprio tempo e você voltou, também sem muitas respostas.
            Sabe quando você me olhou e soltou, em tom magoado, aquela pergunta retórica: “Você não me entende, né?”. Quis dizer que sim, que te entendo e mais do que isso, quis dizer tudo que eu sei sobre você. Tal qual a mim, você é um menino bobo com medo do amor. E quando você chegou me pedindo um abraço, mesmo magoada, não consegui recusar muito tempo e você sabe por quê? Por que é isso que eu tenho sabido ser nestes últimos tempos: ser o seu amor. Ser os braços que abraçam os seus medos e a voz que te diz que tudo vai ficar bem, ser os olhos que te admiram e as mãos que afagam os seus cabelos, ser o cheiro que você procura em outros cheiros e a primeira pessoa que você vai procurar quando quiser fugir.
            Quando eu te perguntei se você choraria se eu morresse, estando em prantos, com a morte de um personagem, é porque queria saber se faria falta. Só faz falta aquilo que tem importância. O personagem morreu e não era por ele que eu chorava, é por me colocar no lugar dos que ficaram e que sofreriam a ausência dele. Depois me coloquei no lugar dele, será que sentiriam minha falta? Não faço questão que muitos sintam a minha falta, mas seria interessante que as pessoas com as quais eu me importo, sintam. Temos uma mania besta de querer ser melhores, épicos, heroicos e não admitiríamos ser esquecidos, não por aqueles que – supostamente – nos amam, ou deveriam. Mas, como te disse, ser herói não é fazer tudo certo. Ser herói é tentar reparar, os erros, as coisas ruins que ficarão no passado e eu posso te ajudar a superar as barreiras. Eu posso estar do seu lado sempre que você precisar, mais do que isso, eu quero. Eu quero fazer isso com você. Eu te amo e desejo que isso dure o tempo que eu mereça. Estar ao lado de alguém tão especial é uma dádiva e estar alguém que te faz sentir-se especial é um presente imensurável. E numa coisa você tem razão: ninguém é capaz de me fazer sorrir como você faz.

            Eu te amo. Isso basta. 

1 de julho de 2013

O meu tipo




            Tem mais mistérios que o universo por ser descoberto e talvez seja essa a causa de tamanho encanto. É segredo? Os olhos dele me dizem que sim e no mesmo instante me revelam outros tantos. E às vezes dá um medo, insegurança, não sei e vem aquela vontade aparentemente incontrolável de jogar tudo pro alto e começar do zero. Recomeço. Recomeço a entender o porquê de tanto tempo nessa história tão nossa e tão clichê. O amor que talvez não devesse mesmo acontecer, mas quem é que diz isso afinal? Meu coração gritante anuncia que é você, que foi você e que continuará sendo você, por séculos e séculos, amém.
            Adoro quando diz meu nome baixinho, como num sussurro discreto e o sotaque chiado acelera as batidas do meu coração. O que eu não entendo fica para depois, só consigo rir de você me contando daquela conversa com seu amigo: “Dela eu só revelo alguns poucos milagres e que milagres”. Só tinha de ser com você.
            Piadista, como sempre foi ri do que eu choro e me faz ver que não é o fim – da linha, da história, do mundo. De humor refinado e inteligentíssimo sabe exatamente como descontrair. Uma comparação, uma sátira quando não uma ironia pra arrancar um sorriso meu, porque sabe as doses exatas e passa longe da falta de educação.
            Isso sem falar da paixão – avassaladora, eu diria – por futebol. Nunca vi algo nem parecido, é lindo. Domingo? Sagrado. Quarta-feira? Idem. Sente-se, sinta-se a vontade, porque como canta nossa torcida: O show está começando. O mais curioso de tudo é que – pasmem! – você não conseguiria nem sequer odiá-lo por isso.
É tão intrigante sua persuasão, é capaz de te fazer acreditar no que duvidava. E não, não espere convencê-lo do contrário. Você vai se cansar, enquanto ele, incansável, continua a bater na mesma tecla.
Parece saber o momento exato em que você precisa ouvir alguma coisa e diz, sempre diz. Às vezes, é verdade, diz até algo que você não quer, mas precisa. E o faz da melhor maneira, puxa sua orelha com uma mão enquanto a outra afaga seus cabelos. Essas mesmas mãos açoitam o medo quando ele aparece. E você esquece.
É o tipo de homem que não faz nenhum esforço para parecer um gentleman, não faz questão, no entanto, quando você precisa que ele deixe as grosserias de lado, acaba por fazê-lo, sem que você peça. Porque ele entende, sempre entende o que você não diz. 

25 de junho de 2013

Gratidões.

Melhor do que ninguém, eu sei que a vida não tem sido fácil desde o início deste ano que, veja bem, já está na metade. Decidi, desde o princípio, que esse ano seria decisivo na minha vida, mas quem disse que é fácil fazer escolhas? Não é, pelo simples fato que escolher significa deixar algo para trás e neste caso algo quer dizer coisas, pessoas, lugares e circunstâncias. Logo eu, tão apegada a tudo que me cerca. Fiz mais uma escolha, diga-se de passagem, importantíssima: entregar na mão de Deus e acreditem, isso é muito, mas muito mais difícil do que parece ser e eu aprendi isso há alguns anos atrás, escutando conversa “alheia” durante um almoço, não era pra mim, embora seja grande a possibilidade de que eu aprendi mais com aquela frase do que quem era pra aprender, de repente o Michel disse: “você e todo mundo tem que aprender uma coisa, quando você entrega uma coisa na mão de Deus, você deve deixa-la lá, porque Ele cuida. Se você ficar tirando o tempo todo, isso nunca vai se resolver, nunca.” Eu engoli aquelas palavras a seco e agora, depois de tanto tempo, elas fizeram digestão. Quando dei por mim, me vi um pouco sem chão e me perguntava todo tempo: Onde estão aqueles que disseram que cuidariam de mim? Pois é, em qualquer lugar fora do meu alcance. Vi que era eu por mim mesma. Vi gente que eu nunca quis ter longe, indo embora sem sequer me dar uma explicação, mas a noite quando coloco a cabeça no travesseiro, a resposta vem, talvez sejam essas as respostas para as minhas orações. Não foi fácil. Só Deus sabe quantas vezes eu tive vontade de desistir, quantas vezes eu chorei tentando achar uma resposta, quantas vezes eu acordei e quis jogar tudo pro alto, quantas vezes fazia tudo no automático porque era preciso. Mas, a minha fé era maior que qualquer energia ruim, desaforo, medo, angústia, desanimo, cansaço, insegurança ou dúvida. Eu creio no Deus do impossível, eu oro e peço à Ele todas as bênçãos da minha vida. É nEle que às recebo. Sou mimadinha sim, filhinha do Papai, a Menina dos Olhos dEle.
Eu tive que abrir mão do trabalho ao lado de pessoas que eu quero bem, tenho minhas dificuldades como qualquer pessoa normal convivendo com outras pessoas igualmente normais, cheias de imperfeições e qualidades, educação que nada se parece com a que você recebeu em casa, mas bem quistas, oras, que te fazem rir ou suspirar de raiva, mas que te aturam, dão força, empurram pra frente, te fazem pensar e te ensinam muito sobre relacionamentos saudáveis e convivência. Foram quase dois anos em que me submeti ao aprendizado diário de paciência, carinho, simpatia às 9 horas da manhã mesmo quando você não dormiu bem, está cansada, preocupada, com medo ou desejando estar em qualquer outro lugar que não ali. Aprendi a me relacionar de igual para igual com pessoas de patamar superior e inferior e quantas vezes não pratiquei, também, humildade? Fiz-me inferior só para que alguém supostamente superior se sentisse melhor. Não é bom ser capaz de fazer alguém se sentir melhor? Vi almas grandes, nobres passarem por mim, bem como pessoas pequenas e cheias de mesquinharia levantarem a voz. De que adiantou? Não sei. Contei até 10, 30, 100, 1000 e respirei fundo. Levantei e algumas vezes deixei a pessoa falando sozinha. Algumas vezes fui pra cozinha chorar e recebi o consolo de quem menos esperava, outras vezes fui até o banheiro para ser mais discreta e usei a desculpa de ter ido retocar a maquiagem. Aprendi que tem coisas que devemos dizer na hora, outras que devemos dizer depois que a raiva passe e ainda, aquelas que devemos deixar para lá, porque nada nos irá acrescentar, apenas magoaria desnecessariamente pessoas com as quais você, no fundo, se importa. Aprendi a esquecer. E desenvolvi também, muitas técnicas para lembrar... nomes, sobrenomes, telefones, endereços, formas de tratamento, tarefas e desculpas perfeitas e funcionais para as mais diversas situações. Aprendi competência, agilidade, compreensão. Aprendi muito sobre minha futura e tão amada profissão e também, sobre moda, finesse, sofisticação, por que não?
 Eu dei um tiro no escuro e teve uma hora que eu senti tanto medo de estar errada que na primeira oportunidade voltei atrás, mas eu não me sentia plenamente satisfeita e me dei conta de que aquele medo era normal e que na verdade, eu estava fazendo a última coisa que deveria fazer: tirar as coisas das mãos de Deus. Num exercício de humildade, devolvi. E hoje? Hoje eu senti uma imensa vontade de agradecer. De abraçar o mundo, tomar nos braços, olhar nos olhos de Deus e de algumas pessoas e dizer: Muito obrigada. Tem gente que sem ao menos se dar conta é presente, grata surpresa, embrulhado com uma fita branca, delicada e discreta, que você se surpreende ao abrir e de repente encontrar um afago, na alma. E como é bom se dar conta dessas coisas, né? Uma palavra simples que devolve um  sorriso de paz e a sensação de que seu dever foi cumprido. 

26 de maio de 2013

Uma história sobre almas.

Sou uma hipérbole que consta no cadastro de pessoas físicas deste país. Coleciono alguns medos e se visto uma armadura é porque eu já me feri o bastante. São poucos em quem eu confio ao ponto de contar como foi meu dia e como eu me sinto diante de cada coisa, mas meus olhos me entregam em quase todas as situações em que eu me encontro ou me perco. Tenho bons relacionamentos com as pessoas, porque, apesar de tudo, eu sou apaixonada por elas e estou sempre disposta a ouvir o que cada um tem a dizer. Ninguém está acostumado a lidar com gente assim, com a sensibilidade exacerbada e que sorri para qualquer um na rua.
Mas, um belo dia a vida me deu de presente você. Como não aceitar? Sempre cuidadoso com as palavras e com tudo aquilo que te cercava. Nunca conheci alguém tão interessante em cada detalhe e me deu argumentos fortes o bastante para que eu pudesse enfrentar meus medos e de repente eu tinha a sensação de lidar com alguém que assustadoramente me conhecia melhor que eu mesma.
Tá chegando aquela época lembra? Em que você e eu, há anos, comemoramos juntos. Ainda que distantes. Você sempre vem para dizer e me lembrar coisas que às vezes não sei se acredito, mas que quando saem da sua boca tornam-se mais confiáveis. Teus afagos poéticos são os maiores presentes que a vida me entrega, de mãos beijadas, ano a ano. No aniversário, que há muito não é só meu. Dividi com você muitas outras coisas. Assim como você o fez: dividiu parte da sua história e das coisas que são só nossas. Você, eu e uma história sobre almas.
De um jeito que eu não sei explicar, por razões que eu desconheço: eu sempre vou te amar.

13 de maio de 2013


Todo mundo tem uma saudade. Muitas vezes algumas, mas sempre tem aquela que faz o coração da gente se espremer todo como quem diz: olha, eu tô aqui. E que de uma forma ou de outra, nunca deixou de estar: numa lembrança, num riso, numa música ou em qualquer pequeno detalhe que me remetesse a sua pessoa irremediavelmente especial. Sempre que você parte eu fico com a sensação de que poderia ter dito muitas coisas, embora nenhuma delas seja o suficiente para te fazer ficar, Caio diria que "é difícil aprisionar os que tem asas" e você, meu caro, tem o espírito livre. E eu, como outra metade, aceitei a condição. Até porque diante de você eu nunca preciso me explicar, o seu olhar e seu sorriso condescendente sempre me aliviam de qualquer culpa e livram de qualquer desculpa que eu não preciso mais inventar. 

5 de maio de 2013

Sobre amor incondicional.



Certa vez alguém me disse que amor é convivência, não entendi muito bem no começo. Algum tempo depois me veio você. Lembro exatamente como tudo começou, cheguei em casa e minha mãe me deu a notícia: "A Nana está grávida" e eu nem imaginava que nasceria ali o nosso amor. Você tão pequena e frágil dentro daquela barriga, a nossa ligação nasceu antes mesmo de vir ao mundo a criatura mais doce e sagaz que eu tive o prazer de conhecer. Minha principesssa com sede de vida, tamanha sede que veio ao mundo bem antes do esperado, nasceu prematuramente aos 6 meses e 3 semanas.Campineira, prematura e guerreira, o nosso milagre recebeu o nome de Micaela. Micabela. Minha bela. 
É impossível esquecer o nosso primeiro contato, depois de algumas semanas de vida, quando você já estava em casa, fui até você que deitada sobre a sua cama, ainda pequena e frágil em sua beleza, apertou meu indicador em meio a palma de sua mão. Eu te olhava e fazia a promessa mais importante que me fiz até hoje: cuidar de você. Mais de quatro anos se passaram e quando eu olho pra você, lembro da minha mais doce obrigação: te proteger, te fazer sorrir.
Muitos ficaram surpresos quando descobriram que eu não gerei você. Muitas de suas atitudes são iguais as minhas. Há muito de mim em você e é uma delícia saber que alguém tão especial tem a mim como espelho. Apesar da sua pouca idade e do seu egoísmo inocente, eu aprendo muito com você. Aprendo sobre doçura, alegria, delicadeza e força... Sim, força. Quando eu sinto vontade de desistir, jogar tudo pro alto, porque sabe, Mi, a vida de adulto é mais difícil do que você pode imaginar, eu olho sempre pra você e nem preciso pedir o seu abraço, o seu beijo, sabe aquela história de cuidar de você? Nesse momento o oposto acontece, você cuida de mim e renova todas as minhas forças e sem ao menos me dar conta, eu tenho vontade de continuar, de lutar pelo meu futuro, de lutar pelos meus sonhos que, não surpreendentemente, incluem você. Nesses momentos eu entendo tudo sobre o amor ser convivência e até perdoo o seu doce egoísmo de não querer me dividir com mais ninguém, essa ligação é tão nossa que alguém no meio disso parece mesmo uma invasão. 
Acho graça quando descubro cada vez mais nossas semelhanças, quando você se confunde comigo num retrato de infância ou até mesmo quando sua mãe diz que até ela teria dúvidas se não tivesse carregado você no ventre. Mais uma lição: amor é escolha. 
Não sei porque e nem tenho pressa em descobrir, já que nosso aprendizado é diário, mas o nosso amor é escolha. Nos escolhemos. Nossa ligação é coisa de alma. De vidas passadas se elas existiram algum dia, nos perdoamos dos nossos erros, nos acolhemos nos nossos medos, nos respeitamos nas nossas (poucas) diferenças, nos amamos incondicionalmente. Eternamente.
E isso é gratificante.



8 de fevereiro de 2013

A minha gratidão é você.



Esse texto nada mais é do que um agradecimento: Obrigada. Gratidão é a coisa mais bonita da vida e sentir-se grata é uma das melhores coisas que existem, pelo simples fato que nesse mundo repleto de maldade, noticiários que só nos revelam coisas ruins e pessoas que são capazes de matar umas as outras, é bom saber que ainda existem coisas que nos (re)compensam e, pelo menos na minha vida, há sempre um motivo para agradecer e hoje esse motivo tem seu nome, porque hoje o dia é nosso. E como cantou Marisa Monte: e no meio de tanta gente chata eu encontrei você... 

Você me conhece, talvez possa enumerar todos os meus defeitos por ordem de (re)incidência e mesmo assim continua me amando. E além de tudo, prefere ressaltar as minhas qualidades. Me diz, quantas pessoas existem no mundo com tamanha coragem? Eu encontrei poucas e falando em termos de relacionamentos, você foi o primeiro. Já ouvi diversas vezes aquela história de que muitas pessoas entram e saem das nossas vidas, mas que ela é feita das que decidem ficar. Peço para que fiques. E agradeço por ter ficado até então, isso faz de mim uma pessoa mais feliz. Dizem que felicidade traz sorte, não é? Tenho tido bastante. 

Quando eu vejo os seus olhos brilhando, penso em como tenho sorte. Sorte porque encontrei alguém que não desistiu de mim, nem depois das minhas tempestades e que não são poucas. Você é paciente, me escuta e mesmo que eu te deixe nervoso com algo que te diga, você nunca se cansou das minhas loucuras.Você nunca desistiu de mim.Sorte porque eu encontrei um cara que olha nos meus olhos enquanto fala comigo, segura minha mão quando anda ao meu lado e parece que se sente incomodado quando eu faço qualquer esforço para soltá-la. Sorte porque tudo bem se eu quiser trocar a estação da rádio que toca no seu carro, não tem problema. E você ri da minha falta de jeito, das minhas piadas e eu preciso confessar: eu amo o seu bom humor e se eu fosse confessar todas as coisas que eu amo em você, eu não terminaria hoje.

Eu sou grata pela pessoa que sou ao seu lado, grata por você não ter desistido de mim, mesmo quando eu parecia irredutível, sou grata pela sua paciência comigo e com a minha tão conhecida TPM, por você me tranquilizar quando eu estou irritada com alguma coisa do dia a dia, sou grata pela confiança, pela paz que transmite quando seus olhos enfrentam os meus, sou grata pelas horas a fio de companhia e por todas as vezes que me desejou bom dia e boa noite. Sou grata, quando não comecinho, você me ligou de madrugada enquanto eu chorava e ficou do outro lado da linha, pedindo que eu parasse, tentando me reconfortar. Eu sou grata por ter encontrado alguém que aceita minhas paranoias. Por alguém que está comigo mesmo quando está em outro continente ou quando está no hemisfério norte do mundo. Eu sou grata quando, mesmo parecendo impossível, você me dá forças pra tentar mais uma vez. Sou muitíssimo grata por ter alguém que faz meus sonhos não parecerem bobagens e que se aceitou casar comigo em Las Vegas. Eu sou grata por você que me faz ver além do que é visível. 

Amor, muito obrigada por esse tempo ao meu lado. E se eu puder citar meu autor favorito, eu te digo e confesso: Sei que estou apenas no início de um longo e largo caminho de amor


Independente do que está por vir, independente do que digam os outros: você é incrível. E eu te amo. Muito. Muitíssimo. Meu!

6 de fevereiro de 2013

Sobre ser.


Eu só vim aqui para te dizer uma coisa: Você não precisa ter medo de mim, apesar dos meus quase 20 anos, eu ainda brincaria de boneca. Você parece assustado, te incomoda esse turbilhão de sentimentos e personalidade caber em tão pouco espaço? Não precisa correr, quase sempre eu prefiro o silêncio até para não dizer muita besteira, eu posso explicar um pouco do muito que eu sou, só pra você não comprar uma passagem só de ida.
Não tenho vergonha de nada do que eu sinto, gosto ou defendo, porque é isso que me faz ser quem eu sou: Turrona, teimosa, brava. Sim, eu sou assim, bato numa tecla até ela afundar, mas não desisto enquanto houver uma pequena, pode ser mísera, chance. Meu jeito é resolver as coisas no braço, luto por tudo aquilo que eu acredito e tenho mania de querer conquistar tudo sozinha. Sim, porque é possível e muitas vezes mais fácil, eu estranho a sensação de depender de alguém. E por isso, talvez, você precise ser um pouco autodidata para entrar para esse meu mundo, como nunca fui de depender dos outros é aconselhável que você não dependa de mim.
Paciência é uma virtude e como tal, não é todo mundo que possuí, inclusive eu, então é melhor você ter um pouco comigo, principalmente quando eu estiver prestes a explodir. Pode ser que você deteste astrologia, eu até entendo, mas há duas coisas que você precisa saber sobre ela (e eu): Geminiana com ascendente em Leão é uma mistura um pouco explosiva, quimicamente falando o que acontece quando você adiciona ar a uma chama? Combustão?! Boom! Sou eu.
Talvez eu esteja pedindo um pouco demais, contando a você que posso ser inflamável quando não quero te assustar. Desculpa. Eu sou calmaria também, quando preciso. Graças à Deus (sim, eu acredito nEle) eu sou uns ser mutável, facilmente adaptável e muito bem humorado.  Eu vivo sorrindo pra vida. Assim ela fica mais fácil e leve de se carregar até mesmo quando faltam forças. E acontece com qualquer pessoa.
Só que algumas coisas não mudam nunca: Eu gosto de atenção, pessoas que olham nos olhos e não sabem mentir, ficam sem jeito. Porque eu sou transparente e só sei lidar com gente assim, não tenho bons relacionamentos com gente que se esconde de mim ou da vida. Mas, não interfiro na liberdade de ninguém, cada um pode assumir a forma que quiser, tal qual eu faço comigo mesma, mas não tem espaço para pessoas que não compactuam da minha verdade, na minha vida. 

28 de janeiro de 2013

Menino do Rio.

Às vezes me pego voltando no tempo, quando éramos só você, minha inocência e eu. E olhando tudo o que aconteceu depois disso, fica claro que muito de tudo o que eu sou, devo um pouco a você, Menino do Rio. Meus olhos e meus lábios sorriem em sintonia quando lembro das coisas boas que aprendi me espelhando em você. Essa coisa de querer ser cada vez mais quem eu sou, aprendi por sua causa, sabia? É, os seus olhos me admiravam tanto aquele pequeno esboço de mim, que quis cada vez mais passar tudo aquilo a caneta. Traços fortes e cada vez mais marcantes. Eu sei que estou muito longe de chegar ao resultado final, meu menino, mas é para lá que eu caminho incessantemente e isso eu também aprendi contigo, era tão bonito ver como você lutava bravamente atrás dos seus objetivos. Nem que para isso, talvez, você precisasse deixar de lado quem mais amava e quem mais te amava também, que era eu. Deixou, não foi? Por causas nobres, eu sei, sonhos são sempre nobres, no mais alto escalão. Mas, quando você tinha um tempo, quando cabia uma oportunidade no meio de tantos desencontros cada vez mais frequentes, você voltava e fazia poesia sob os olhares da pequena menina. Tão pequena quanto frágil, quando você a conheceu. Tão pequena quanto forte, quando você partiu. E cada vez mais, a cada retorno. Seria para você uma recompensa ver o quão forte e valente crescia a tua flor? 
Sem contar na minha paixão por futebol que nasceu ao ver teus olhos deslumbrados ao ver o correr da bola no gramado, ao ver a tua alegria incontida quando teu time jogava, quando nosso time vencia. Mal sabia eu que nascia ali, um amor eterno, um amor que tem as três cores que traduzem tradição. É, Menino do Rio, foi com você que eu aprendi o canto, por você que eu vesti o manto e hoje trago no peito o orgulho de ser Tricolor. 
Quantas são as pessoas no mundo que possuem a sorte de ter um anjo da guarda de carne e osso? Porque sim, você foi o meu anjo da guarda. Você que apontava o dedo na minha cara e dizia verdades que ninguém tinha coragem de pronunciar. E você, que mesmo assim e sem crueldade nenhuma, me fazia entender que sempre dá para ser uma pessoa melhor e cultivou um sentimento que ainda hoje, depois de tanto tempo e tantas histórias, permanece em meu peito, latente. 
Você sabe a dimensão que teve em minha vida, você sabe cada coisa que fez por mim e todos os ensinamentos que deixou, por isso tudo lhe sou grata. Meu Menino do Rio, mesmo que não haja espaço para alguém - hoje - tão rock 'n roll em meio a tua bossa nova, há sorrisos em mim, por você, há saudade, sempre saudade e a esperança de um dia poder sentar do seu lado e contar todas as minhas peripécias, aos ouvidos que sempre me ouviram, diante dos olhos que sempre buscaram enxergar o melhor de mim.