17 de setembro de 2011

[Não insira um título aqui]


Não me escreva um texto para tentar me convencer que ainda dá tempo. Suas palavras não vão acordar aquela velha sensação de que estava escrito porque ela já não dorme mais, depois de algumas tentativas nas quais você sempre chegava no momento em que eu apontava uma arma para o peito dela e me fazia desistir, dessa vez você não veio e o tiro foi certeiro; eu matei a idéia de querer você pra mim, querer uma coisa que nunca me pertenceu.
Você esteve o tempo todo fora do meu alcance e tudo que fez foi irremediavelmente do seu jeito, mas quem levou nome de menina mimada no fim da história que não acabava nunca fui eu. Sem contar na sua mania de colocar uma lente de aumento nos meus defeitos que sei que não são poucos e se esquecer que, apesar de eu te chamar de anjo, você é e sempre foi demasiadamente humano. Sobre-humano em você é apenas a sua capacidade de argumentação, você sempre foi todo errado e de uma forma que até hoje não consigo entender me convenceu que era o que eu mais precisava.
Entenda que eu nunca precisei de você. Só sabia o quanto era bom poder contar com alguém que soube como me ganhar e me perder agora quando o jogo estava quase ganho.  E as desculpas que você nunca me pediu não são o suficiente, nem todas juntas. Não me mande rosas e um cartão, já me bastam todos esses seus espinhos que deixaram minha pele em carne viva. E se agora eu visse uma estrela cadente o meu último pedido seria: Não me escreva aquele texto.
Agora não é mais necessário, não vai me convencer outra vez do quanto eu te amo. Suas palavras tortas não cabem mais nas minhas linhas, tampouco entre elas. Eu não quero mais saber como seria a comemoração dos seis meses do namoro que nunca aconteceu, não me escreva sobre aquela conversa que você teve com o Pedro enquanto tomava aquele chopp sobre os meus “milagres”. Não quero saber o que você fez depois daquela tempestade acabar com a energia da sua casa e deixar você no escuro pensando sobre o que faria se tivesse os poderes de Deus, você não os tem e eu não sou, nem nunca fui o bastante pra você, que dirá a mulher perfeita. Não me mande um postal dizendo que pretende voltar pra minha vida, aqui não é mais o seu lugar. Fique onde está talvez ele não te pertença, mas é o que você tem agora. Não precisa mentir pra mim naquele texto, não mais. Eu não vou acreditar.

Não assine aqui.