21 de abril de 2011

Do que eu sou, do que eu sinto: Muito.

Eu sou exatamente assim, assim mesmo: Mais do jeito que se sente, do que da forma que se enxerga. Aprendi a ser gigante no alto dos meus cento e cinqüenta e nove centímetros. E comigo carrego um coração, não dentro - porque não cabe, embora ele não caiba nesse mundo dentro dele cabe quase todo mundo. E se for sua vontade: que o mundo se acabe.
De mim sou majestade! Exijo que a vida saiba me levar, leve. De pesado bastam todos esses pesares que os outros carregam no peito. Em mim não cabe. Não! No meu peito não cabe dor. E se doer, que passe. Exijo que não me atropele. Não guardo em mim nada além de amor. Com calma levo esse andor de alma, acalme-se, criança louca.
Não sei me relacionar sem me doar completamente. Admito que às vezes isso faz doer completamente. Então pergunto: Se eu me doei a ti, de quem é a dor que há em mim? Tua. Leve embora. Leve ou pesada, carregue com você.
Sou poesia que não se prende (e nem se aprende na escola).
E se eu for barco furado, você vai remar mesmo assim por mim?

7 de abril de 2011

Bodas de papel.

Você lembra quem eu era quando conheci você? Um "eu" completamente diferente do que sou agora, meio do avesso e descompassado. Mas era e você viu isso. Viu com os olhos que a vida não sabia me enxergar, viu com os olhos o que o espelho não mostrava (para mim) até então. Não bastasse ter visto, você acreditou no que viu e insistia: Você é linda. Você é maravilhosa. Você é incrível. Você é a mulher que todo homem procura e eu tive a sorte de encontrar. Você dizia. E quanto mais insistia, mais eu me escondia: de quem? por quê? até quando? Você não sabia, não sabíamos. Então quando viu que eu tinha medo era da claridade, você segurou a minha mão e ficou ali comigo, no escuro, conversou comigo, me fez promessas. Mais do que qualquer coisa, você me abriu os olhos e me salvou de quem eu era, de quem eu queria ser. Passado. Não importa, sou grata. Você me deu a melodia da sua risada quando tudo o que eu escutava era o medo, você me fez crer no tempo e dizia que só ele resolveria o nosso caso. Você conseguiu me fazer acreditar.

É quase como se tivesse me libertado do castigo em que eu mesma me coloquei, uma auto punição severa da qual não me veria livre sem você tão cedo. Você foi herói, apesar dos erros. Você foi o príncipe, apesar das ausências. Você foi o amigo, apesar das grosserias. Você foi o ouvido, apesar do silêncio. Você me leu, mesmo do avesso e me alcançou no fundo de mim. Você foi longe por mim. Você me fez rir e me fez desejar. Você fez com que eu me sentisse desejada. Você deu pra mim o maior presente que uma mulher pode querer: sentir-se amada.

E conjulgar tudo isso no passado não é gostoso, mas foi minha escolha.

E de você ficou os muitos ensinamentos, as ligações que não acontecem mais na calada da madrugada, no silêncio do que fomos e a saudade, nessas bodas de papel que nunca se completaram. Mas, que talvez seja errôneo dizer que nunca se completarão.


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Postando diretamente do trabalho numa folguinha que eu tive aqui. Não podia passar em branco, não podia. :)
E quanto ao carinho de vocês, prometo retribuir! Em breve.

Beijos,

Pequena.