Por mais que vez em sempre eu engula meu
orgulho e escreva pra você, sempre fica algo por dizer e hoje preciso dizer que
pensei em você. Logo pela manhã, quando corri os olhos pelo título da coluna do
Antônio deste domingo – Separações – e como cantou Djavan: “o pensamento lá em
você”, dentre tantas histórias, das separações, uma me chamou a atenção: a
história de uma garota das artes que se apaixonou pelo homem dos números. E
se separaram. Li todas as outras e pude notar uma evidência comum: não há
motivo para o adeus. Talvez não seja só conformismo dizer que “tinha que
acontecer”.
Nos reconheci naquela história que não tinha
porque começar, mas começou e ninguém esperava que acabasse, mas acabou. E tudo
que houve entre um acontecimento e outro só cabe aos nós que atamos e
conjugamos juntos.
Tudo bem, eu confesso que dizer que pensei hoje
em você é omitir todos os pequenos pensamentos diários que sou capaz de controlar. Uns mais ou menos doloridos que os
outros. E se quer saber, alguns conseguem, inclusive, me fazer sorrir. Por
egoísmo, guardo quase todos, tesouros preciosos de uma história que não diz
respeito a mais ninguém. Às vezes me pergunto: Será que ele lembra? Talvez eu
nunca tenha a resposta.
Mas, hoje, eu queria dizer que ainda não
aprendi o que fazer quando um grande amor acaba. Talvez porque não haja
receita. Ninguém escreveu um passo a passo para ajudar quem se afoga em
lágrimas quando aquele que amamos, sem mais nem menos, decide ir embora. E se a
decisão foi tomada em comum acordo e culpa é duplicada, pois você pensa que
poderia, talvez, ter batido o pé, teimosa e insistente como tem fama. Mas eu
digo agora o que aprendi com o fim de um grande amor:
Um grande amor acaba somente na prática. Mas,
vive para sempre dentro de nós, nas lembranças, nos sorrisos, nos vícios e
manias daquele que partiu ou ficou para trás. E cabe a nós, não deixar que isso
nos acorrente ou diminua a possibilidade de sentir coisas novas e grandiosas
outra vez, pois um marinheiro não deixa de navegar porque encontrou um porto,
há sempre caminhos novos para serem desbravados pelos corações valentes.