Aposto o quanto você quiser que você já ouviu falar – e muito – sobre grandes amores. Eu também já havia ouvido e até contado sobre eles, até mesmo quando eu ainda não tinha vivido grande amor algum. Por isso digo, antes dessa criatura aparecer em sua vida você é incapaz de imaginar a dimensão de tal sentimento, de tal paz de espírito. Há quem diga que não, mas esse amor tão grande – apesar de muitas outras sensações incríveis – me trouxe paz de espírito. E você certamente já ouviu falar sobre o amor ser cego e é. Aprendi a amar tal criatura sem nunca tê-la visto, só sabia que estava ali dentro daquela embalagem nada plástica, completamente viva e eu do outro lado, sabendo tudo ou grande parte do que a esperava e ainda espera aqui – o mundo inteiro (por um sorriso seu).
Ah, meu docinho, se eu soubesse alguma forma de te proteger de tudo. Guardada ali para sempre você nunca sentiria frio ou medo, ali o conforto era inigualável. Por que tanta pressa, você sabe me dizer? Minhas mãos acariciavam àquela barriga na torcida de que você se mexesse, te sentir sempre foi uma alegria infinita, desde o princípio, uma explosão de felicidade, de um amor que eu não conhecia. Nunca tinha visto! Ainda que eu não soubesse a cor dos seus olhos e nunca tivesse ouvido o som do seu choro, você já estava dentro de mim, do meu coração.
Por que você corre contra o tempo? Há uma coisa que você precisa saber, o tempo é ilusão. A brincadeira não foi, tudo ficou muito sério quando você decidiu que a todo custo conheceria o que já temia por você e não teve medicamento ou repouso que te aquietasse, remediasse por tempo suficiente a sua decisão. Aconteceria, sabemos. Por que tão cedo? Você não sabia explicar sua pressa desse mundo na nossa língua, sua sede de realidade. Não tive tempo de te ensinar que aqui do lado de fora tem muita gente que não se importa com nada e quebra corações como eu quebro castanha, sem querer provar nada, apenas por diversão, depois os outros que se virem com a bagunça que eu mesma fiz. Não, não quero não! Com a minha boneca ninguém brinca, o meu brinquedo ninguém quebra. Colo, conforto, carinho, comida tem aqui, eu te dou meu amor, eu te dou. Fica? Quer chocolate, quer risadas? Eu dou também, mas fica... Fica aí dentro. Fica, por favor. Eu te amo, fica...
Não ficou. Você veio. Amei ainda mais quando toquei as tuas mãos tão pequeninas que seguravam com força meus dedos tão maiores e sua beleza prematura me emocionou. Nunca amei tanto algo tão pequeno. Sua fragilidade me dava forças para quem sabe te proteger. Você veio antes da hora, mas me trouxe fé no tempo exato. Me explica de onde você tirou tanta força para continuar? Acreditei que tudo ficaria bem e você ficou bem ao meu lado o tempo todo. E eu que acreditava saber de tudo, quis aprender de novo – e por que não o novo – com você. Posso te contar um segredo? Sua risada é o som mais harmonioso do mundo, quando você encolhe os ombros e tampa a boca com a mão, meu coração pára por um milésimo de segundo e eu só consigo pensar no quanto eu amo você. Há beleza mais sensata que a tua, criatura? Sua preciosa idade, minha eterna preciosidade. Minha Micaela, minha Micabela... Minha bela, sou tua fera. Vou te proteger. Vou te carregar como uma irmã. Vou te amar como uma mãe. Eu sempre estarei lá por você.
2 comentários:
ohnnnnnnnnn...
belo texto!
adorei! ^^
mto legal seu blog visita o meu e cometa por favoor!!
maniasdasadolescentes.blogspot.com
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