8 de julho de 2010

Irmãe.

Você se lembra qual a primeira palavra que eu disse? Foi um chamado por você, eu obviamente não me lembro, entretanto suponho de que eu estava precisando da sua presença. Eu era ainda mais indefesa do que sou agora, eu era ainda menor, eu não sabia falar coisas que fizessem sentido e a única forma que eu tinha para me expressar era o choro. Palavra saiu de minha boca e era por você que eu chamava - Dei. E até hoje é assim, quase sempre. Você sempre pode ser o meu socorro, o meu alívio, o meu consolo e você sempre foi mais do que isso. Sempre quis ser bonita como você quando crescesse, inteligente como você, saudável como você, doce como você, compreensível como você e mulher como você. E - na maioria das vezes - eu só consigo ser o seu oposto, nem tão bonita, possivelmente não tão inteligente, saudável sim, periodicamente ácida e nada compreensiva, mulher? Sim, nasci assim. Às vezes acho que tenho a força que você não tem, outras vezes me dou conta de que não é bem assim. Mas, existe uma coisa da qual eu não tenho nenhuma dúvida e isso chama orgulho, eu tenho orgulho de ter você como minha irmã, de ouvir os seus conselhos ou de rir quando sua filha vem perguntar pra mim se "aquele é seu namorado" porque você quer saber. É bem verdade que você não sabe muito do que acontece comigo, porque não convivemos diariamente. No entanto, o que podem dizer quando estamos nós três sobre os cobertores nas férias de julho com preguiça de levantar pra fazer brigadeiro? Somos cúmplices inclusive na preguiça e convenhamos, não é pouca. Sempre tive uma relação muito saudável com você e nem sei se isso pode ser chamado de irmandade, porque irmãos brigam e isso nunca aconteceu com a gente. Sou ciente de que você é a minha maior ponte com o meu passado, você lembra de todas as minhas histórias da infância e me faz rir até as bochechas corarem das coisas que eu dizia, você é como uma segunda mãe pra mim e sabe disso. Imagino que seja complicado ser a "irmã" mais velha de uma filha "única", mas você cumpre o seu papel muito bem. Tenho guardado o bilhete que você enviou para minha mãe quando eu nasci e você estava de "castigo" com a perna engessada. Você nunca foi fácil, você nunca baixou a guarda, você nunca deixou que fizessem de você algo que não fosse compatível com os seus princípios e isso eu também não, e nisso somos iguais. Você sempre foi a irmã que eu não teria, caso você não ocupasse esse papel e você sabe que mesmo com os meus irmãos que tem o mesmo DNA que o meu, eu nunca terei essa relação e embora você não tenha dito nunca, eu sei que você também não tem essa relação com os seus irmãos, porque isso é nosso e ninguém poderá roubar. Obrigada por ser minha (irmã)! Obrigada por ser você! 

Com amor, 
Jojó.




5 comentários:

Érica Ferro disse...

Que bonito esse texto.
Ficaria feliz e honrada se escrevessem tal coisa pra mim. :D

:*

Dany Loureiro disse...

Eu digo ao meu irmão que sou a irmãe dele... rs

Tão lindo, ela é feliz por ter você(tb sou, tb tenho vc hahahah)

Te amoooooo!

Beijos Mil.

Debbys disse...

que lindo!!!
nossa, ela deve ter chorado litro qd leu! homenagem maravilhosa! ^^
bjss

Gabriela Castro disse...

Linda homenagem, Jô. Tenho certeza que ela deve ter ficado muito feliz =) Você, como sempre, arrasa.
beijos

Anônimo disse...

Lindo esse texto. Queria ter essa criatividade para escrever algo deste tipo para minha irmãe!