3 de outubro de 2010

(C)alMinha.

Para ser lido ao som de Alma

Ela: - Me dá.
Ele: - O quê, menina?
Ela: - A tua alma, o que mais poderia?
Ele: - Qualquer coisa, é. Você merece qualquer coisa.
Ela: - Então me dá...
Ele: - Não posso.
Ela:- Como não pode?
Ele: - É o que eu sou.
Ela: - Uma vez eu li sobre isso...
Ele: - Leu sobre o quê, menina?
Ela: - Isso, sobre almas.
Ele: - Me conta.
Ela: - Você vai rir...
Ele: - Não vou. Me conta.
Ela: - Você promete?
Ele: - Sim, menina.
Ela: - Li que na verdade nós não temos uma alma, temos um corpo. E que somos uma alma.
Ele: - Gêmea –, sussurrando.
Ela: - O quê?
Ele: - Nada.
Ela: - Só você, menino.
Ele: - Mas, menina, como você se sente em relação a isso?
Ela: - Isso o quê?
Ele: - Dividir.
Ela: - Não entendi.
Ele: - É que, menina... Não te disseram, mas na verdade você tem só metade de uma alma.

Silêncio. 
Mais silêncio. 

Ele: - E ela é minha.

6 comentários:

B. Kiddo disse...

é esse tipo de texto que considero literatura. essas coisas que são atemporais, td mundo sente, mas só algumas pessoas põem em palavras, sabe?
=D

Debbys disse...

ui!!! vc ja devia ter lançado um livro.. ia vender MT! seus textos são muito perfeitos!
saudades daqui! ^^

bjsss

Anônimo disse...

Passavam loiras, ruivas, morenas e negras. Todas paravam de maneira metódica a frente da vitrine da loja de sapatos (sempre de braços dados com algum macho fecundador). Na surdina, uma vendedora sedutora e com voz de quem está toda se querendo, aparecia. Pronto, lá foi mais um mané morrer na grana! A grande questão é: O salto quebrará ou o fecho se romperá?

– É amigo, creia. Não se fazem mais sapatos como os de antigamente... – Foi o que eu disse a Pedrão, ali no balcão, assim que o barman nos trouxe mais uma rodada chopp.

– Nem mulheres... nem mulheres. – Emendou o barman.

– Realmente não se fazem por um simples motivo. As verdadeiras mulheres nascem prontas. Não sei ao certo se são esculpidas por obra divina ou apenas, um obsceno sortilégio de amor do nosso inconsciente. Vejam o caso da...

– Da? – Indagou o curioso Pedrão.

– Fala logo o nome, homem! – Completou o Barman.

– Meus caros, dela, só revelo alguns poucos milagres... E que milagres! Haha. Ela é uma delícia de “morena preta”. Carinhosa, divertida e ordinária até a tampa! É única e pasmem, verdadeiramente pronta pra me amar. Ela tem mais arroubos da paixão e muito mais amor que eu mereça. Enfim amigos, faleço de amores por ela. – Disse todo bobo. Depois sorvi com avidez o chopp já quente e fui embora sem dizer mais nada.

Equilibrista disse...

que fofo *-*
eu tenho orgulho de quem consegue roubar minha alma, nem que seja um pedacinho dela.
beijos.

Isabela Martinez Milanezzi disse...

Que texto delicado. E tão sincero ao mesmo tempo.. rs
Adorei!


Quanto ao meu cantinho sobre o Caio, espero váaarias visitas suas.. e se tiver sugestões de posts, me fala.
E...eu também (e muitos outros, suponho) acho que vivo com a alma dele emprestada as vezes rs

# Be Souza. disse...

parabéns! tudo que você escreve é muito lindo pequena. sinto que sempre é tudo muito sincero e vindo de seu coração.
quem me dera ter uma facilidade e sensibilidade tão incrivel para descrever tudo isso em palavras.
conquistou mais uma fã.
aliás você é uma GIGANTE pra mim!
Beijooos *-*