21 de maio de 2011

Eu sou minha.

            Eu sou minha. E me divido com poucos; ainda assim - só de vez em quando. Se eu não te conheço, tua vida não me importa, não vou querer saber dela, evite me olhar nos olhos ou qualquer intimidade; eu não gosto. Para mim, instantâneo é só miojo e mesmo assim, você consegue ver? Sem sal, sem gosto e sem valor. Se eu não gosto de você, evito até ouvir seu nome, não precisa sorrir pra mim. Isso não vai mudar em nada a minha opinião, ou talvez, até mude, posso gostar ainda menos de você, por te ver aí se dando aos montes para quem não quer nem saber de você. Quanta falta de amor próprio!
            Agora quando eu gosto de alguém, preciso tocar e sentir. Trocar e sentir a energia boa que ela emana, porque esse papo de “eu gosto de você de graça” pra mim não está com nada. Que isso? Gosto de quem me faz bem, de quem não tem preguiça de enfrentar meus leões, pular meus muros e atravessar minhas fronteiras para me conhecer. Quem me faz pensar que eu valho mesmo a pena, ou até o pássaro inteiro e me faz querer voar.
            Gosto também de quem gosta de mim, porque brother, não é tarefa fácil, requer tempo e dedicação. Só gosta de mim quem me conhece, quem sabe que se eu não to afim é por algum motivo. Não, eu não disse que quem gosta de mim entende os meus motivos, porque ninguém nesse planeta – e ouso dizer até que em nenhum outro – é capaz de entender meus motivos, mas quem gosta de mim, sabe que eles existem. Até porque, meu caro, conhecer transcende o entendimento e um bucado de outras coisas que o homem inventou para dominar o homem.
            Tem também os que acham que gostam de mim (só acham, porque nem me conhecem e se eu abrisse minha santa boca, em meio tempo eles teriam certeza do contrário, o que pra mim não seria nenhum problema) e desses eu não gosto, se queres mesmo saber; nem respeito. São quase inimigos, têm preguiça de mim, só escutam o que eu grito, só vêem o que eu escancaro e isso, não é nem um centésimo de mim.
            Quem gosta de mim precisa respeitar o meu silêncio e saber que há nele mais de mim do que em todos os meus discursos “eu sei bem quem eu sou”, quem gosta de mim reconhece-me também quando me fantasio e não me acusam, embora tentem me proteger da minha própria ilusão; conhece o pouco sã que eu sou na minha loucura e sabe o quanto há de plural na minha pseudo-singularidade. Eu nunca estou sozinha, nem mesmo quando me tranco no quarto, estou sempre na companhia do meu eu-lírico e da minha gêmea boa, porque a má sou eu. E quem me conhece sabe que o grito mais ensurdecedor é o que eu calo. 

6 comentários:

Anônimo disse...

O penúltimo parágrafo é o mais FODA de todos. Eu e reli, também pudera, pra quem goata de você é um privilégio poder ler um texto assim. Parabéns, prima.

Anônimo disse...

que descrição maravilhosa. xD

Gabriela Castro disse...

Jô, que texto foi esse, menina?! Fantástico! Eu também sou assim: se eu gosto de alguém ou de algo, está estampado na cara. Se não gosto, também. Voce é uma escritora maravilhosa, mas nesse texto você se superou. Amei, amei, amei!
Beijão

Debbys disse...

tava inspirada hein!!! adorei!! ^^
saudades demais daki! ^^

bjinhussss

Celle disse...

Primeiramente, coitadinho do miojo! >.< AHUAHUAH Olha, enquanto eu estava lendo o início do texto, me peguei pensando "para quem será que ela escreveu isso?", e aí reparei que sempre acho que você está escrevendo diretamente para alguém +_+ E eu acho que estou enganada, nem sempre é assim, né? Ou é? :$ Continuando... Eu acho que ainda não me encaixo na lista das pessoas que conhecem você profundamente. Mas o que eu gosto, eu gosto. Mesmo! Eu gosto verdadeiramente de você, só tá faltando a parte do "tocar", porque mesmo com tantos quilômetros de distância, eu sinto a reciprocidade e acredito que você também. E vou te contar, concordo com o que você escreveu sobre si mesma. Depois que as pessoas te conhecem verdadeiramente, é impossível não gostarem de você!

Joyci Dias disse...

Celle, florzinha!

Esse texto é pra toda e qualquer pessoa que se acha Rei ou Rainha de mim.

como disse em algum texto aí pra trás:


DE MIM, sou majestade. :)