30 de julho de 2014
27 de julho de 2014
Pretéritos.
Estava ociosa no trabalho quando resolvi vasculhar meu e-mail, aguardava
o relógio anunciar minha partida ou uma simples resposta para prosseguir com meus
processos. Abri uma pasta antiga e foi onde te encontrei guardado, prendi a
respiração e ao clicar no “assunto” tive certeza que bem não me faria. De
qualquer forma, estava feito.
Houve um tempo em que o meu maior motivo de alegria era ter você por
perto e junto, a certeza de que eu era amada. Eu li verbos que quando
conjugados no tempo certo eram minhas orações. Certamente as palavras mais
bonitas que já me dedicaram até então. Hoje são – apenas – pretéritos mais que perfeitos.
Agora o tempo é outro e o que
sobrou são lembranças, palavras e carinhos que ficaram daquele que decidiu ir
embora. Doces e doloridos. São feridas que viraram cicatrizes e vez ou outra
inflama, mas já não ardem e não preciso desinfetar. As suas escolhas me fizeram
trilhar caminhos diferentes dos que eu tinha escolhido no momento em que te vi
chegar, às vezes tenho a impressão de estar num labirinto que hora ou outra me
leva a um lugar que já fui.
No entanto cada vez menos sinto vontade de voltar no tempo e quem sabe
fazer diferente, sei que dei o melhor que podia e que se não fomos feitos para
durar, a culpa não é minha e tampouco sua. Seria pura hipocrisia dizer que não
queria, um dia, sentar e pontuar toda essa história. Bem como se não assumisse
que sou grata as surpresas que a vida tem posto em meus novos capítulos, tenho
sorrisos inéditos e conquistas que eu não tinha, ainda, sonhado pra
mim. Eu sei que posso, mereço e vou qualquer dia desses trombar com meu final
feliz, mas que o príncipe encantado pode não ter a forma que li nos contos de
fadas.
***
“Poesia é escrever o
que não cabe mais na vida”
(Fernanda Mello)
14 de julho de 2014
Das urgências.
Talvez esteja me
precipitando ao escrever-te este texto, no entanto, não sei quanto tempo ainda
me resta e eu preciso, imediatamente, registrar o quanto gosto do seu sorriso. Você que ri tímido e parece ter medo de tudo,
aproveito a pressa e aviso: não precisa ter medo de mim. Sei que há intensidade
em tudo que eu faço, que rio escangalhada e às vezes faço piadas ruins, mas para
mim parece sempre difícil estar a sua altura. E eu queria tanto...
Às vezes eu queria te
dizer dos meus medos e abismos, mas parece-me tão cedo. Então conto das minhas
coragens e você estufa o peito com orgulho de mim. E eu pareço uma boba ouvindo
as tuas histórias, tenho certeza. Se eu pudesse fazer um único pedido, seria
esse: Não tenha medo de mim.
Eu me perco nos meus
descompassos, minhas poesias não têm rimas e minha literatura não pertence a
nenhuma outra escola senão a do amor piegas, mas você não precisa se assustar,
não em tão pouco tempo. Além do mais, meu coração é repleto de urgências que
nunca dissolvem e eu não tenho culpa.
Se te escrevo não é para
pedir perdão. Afinal, não há erro algum em ser quem somos. Mas, se for melhor
assim, eu danço no seu compasso e conto sobre você, devagar:
Gosto dos seus abraços e
do seu polegar que percorre o meu braço, num carinho sutil. Gosto do seu cheiro
e das suas respostas sempre na ponta da língua, da sua companhia e do seu bom
gosto para quase tudo. Gosto dos nossos indícios de sintonia que de vez em quando
pintam para colorir a nossos encontros. Acho graça em cada coisa que sei que
você faz só pra me agradar.
Tem um sorriso te
esperando na próxima visita que vai te contar sem eu dizer nada que está tudo,
tudo, tudo, tudo bem agora que você chegou.
7 de julho de 2014
Traçado do nosso sentido.
Aquilo que eu tanto temia, finalmente
aconteceu: Endureci.
Espero que seja temporário.
Quero outra vez abrir os olhos para
aquilo que há de mais bonito na vida:
As coisas do coração.
É, para mim, uma tortura encarar a vida
com tanta seriedade...
Eu queria que os beijos, outra vez, fossem
capaz de me arrepiar a pele
Eu espero poder acreditar que o meu
coração não será dilacerado, de novo
Eu quero olhar nos olhos e ver o que
não ouvi a boca dizer
Eu gostaria que a boca não precisasse
calar coisa alguma
Seja por vergonha ou medo
E que se calasse, fosse apenas com
beijos e por um único motivo:
O AMOR.
Tanto isso se distancia da minha
realidade que resolvi mudar o foco
Fiz planos e desejei outras coisas
Mas e agora que estão todas na ponta da
agulha?
Posso querer voltar caminhar como se pisasse
em nuvens?
E se outra vez tirarem o chão sob meus
pés?
Eu sei, endurecer para ao menos uma
coisa bastou:
Aprendi que contos de fadas só existem
nos livros.
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