15 de outubro de 2009

Ao meu mestre com carinho...

Professor querido, eu sei tudo o que você sente, sei que as condições são poucas e você ainda ouve que o ensino é de péssima qualidade, sei que você se esforça e eu sei que você é capaz, mas o esforço não tem que partir apenas de uma das partes, sei que o que você faz é por amor e que acredita no futuro dessa nação, ainda que várias gerações já tenham tentado e não tenham conseguido, o processo é longo e ardilosamente complexo, precisa de paciência, ainda te resta alguma, ainda que mínima, professor?
Eu admiro você, professor. Admiro que mesmo depois de tanto tempo ainda te reste esperança, mesmo com tão pouco incentivo, admiro a forma como ainda acredita no amanhã. E ele chegará professor, o amanhã ainda vai brilhar e você vai poder sorrir em paz. Mas, eu e toda essa nação precisamos de você, professor, precisamos que você acredite, que você insista, que você ensine mais um pouco, só mais um pouco. Não direi a ti que estamos próximos do fim, porque nenhum professor me ensinou a mentir e não estamos, isso nunca vai ter fim, se você queria descanso escolheu a profissão errada e eu lamento. O descanso de um professor não acontece nunca, ele sempre se preocupa se o ensino dele é o suficiente e ainda que seja, para ele não basta, tem que ser mais.
E você sabe que andei chegando a certa conclusão sobre vocês? Vocês nunca são egoísta, posso dizer que egoísta é o antônimo de professor. Eu notei isso pelo vosso esforço. Corrige prova nos fins de semana ao invés de estar no churrasco com os amigos, ou no almoço de família com a namorada, aquele que ela fazia tanta questão.
Penso também que esta profissão, a tua, é cordial, delicada e admirável. É uma arte, ensinar é uma arte e não basta querer, precisa de talento, dom, precisa-se do saber. Digo urgentemente do saber, enrolar alunos fingindo que sabe de algo não é correto e vocês, em sua maioria são. Ou dão o máximo de si para poderem ser. Os que não são, não merecem nem o título de mestre.
Precisa-se urgentemente do saber, da paixão, da força de vontade e de crença, de que adiantaria professor, você saber e não acreditar no que sabe? Precisa acreditar sim, para fazer que os outros acreditem também, na sua totalidade.
Não só penso, como acredito que os professores são os donos das profissões, eles ensinam profissões e eles ensinam a vida. São professores os pais, são professores os mestres, são professores os patrões, são professores os amigos. Cada um doa um pouco do que sabe e aprende um pouco do que é novo. Professor deveria ser título de nobreza, assim como “Conde”.
Você professor, ainda que pareça um anjo ou qualquer coisa divinamente intocável e passível a grande admiração, por fazer tudo o que faz por alunos que nem sempre são gratos e respondem a altura do que você os coloca, é humano. E isso te faz ainda mais admirável, encantador e verdadeiro. E eu compreendo que também te surjam dúvidas, também esteja exposto ao erro e ao medo.
Os professores são aqueles que quiseram levar a sério a máxima de que a vida é um eterno aprendizado, os professores são os anjos do saber.



Texto dedicado aos mestres da minha vida e em especial aos que fizeram história, contribuíram para o meu crescimento pessoal: Milena, Daniel, Alessandra, Yara, Mauro, Bordignon. (Leandro, meu lelê também)
E ao mais importante, ao que eu amo, que não é meu professor nas salas de aula e sim na vida, mas é professor de outros nas salas e eu sei que é o melhor do mundo: Fá.

12 de outubro de 2009

Tem sabor do quê? De saudade...

A minha infância foi sem dúvida a época mais feliz da minha vida. Sem responsabilidades, sem obrigações, preocupações eu levava a vida de uma maneira tão leve, eu era capaz de voar na minha infância com uma imaginação privilegiada tudo ganhava vida, tudo era motivo para a maior felicidade do mundo. Todo mundo teve, ou ainda está tendo infância. Nem todo mundo se torna adulto, mas todo mundo obrigatoriamente já foi ou vai ser criança um dia. Talvez porque a infância é a melhor fase da vida, porque na infância todo mundo é feliz por mais complicadas que sejam as circunstâncias, é a época que você não vê malícia em nada e encontra felicidade nas coisas mais delicadas. Infância é a época de descoberta – você descobre que o sol nasce, com todo o seu esplendor todas as manhãs, mas sabe a hora de deixar as estrelas brilharem. Época que você não conhece o significado e desconhece a razão, do egoísmo. – É uma pena que todas essas coisas caiam no esquecimento com o passar dos anos. As lições da infância deveriam ser eternas. Feito “O Pequeno Príncipe” e o “Peter Pan”, se eu pudesse não cresceria. Viveria eternamente os meus dias de criança, de pureza, de fragilidade. Com os anos que se passaram, com a distância que a infância foi tomando de mim, eu fui ganhando um escudo para me defender das coisas da vida, diferente de quando eu era criança, que possuía o peito aberto para tudo que era novo, um novo amigo, um novo amor, um novo sorriso, um novo sonho. Quando eu era pequena, eu tinha um herói. Digo tinha conjugado no passado mesmo, não pelo fato de não possuir mais, mas pelo fato de que ele partiu. Meu herói era de carne osso e era puro, não... ele não era criança, ele era o meu bom velhinho, meu avô. Ele fez da minha infância uma época recoberta de aprendizados, aprendi até a dizer adeus com ele. Porque os velhinhos, assim como as crianças tem o dom de ser feliz. De entender que pré-ocupação não vale mesmo de coisa alguma. Se tem uma coisa que marcou a minha infância, foram as brincadeiras. Brinquei de boneca, de esconde – esconde, de contar história, de passa o anel, qual é o mês, elefantinho colorido. Roubei, roubei sorrisos, roubei lágrimas (e levei pra bem longe), roubei amoras. Mergulhei, mergulhei nos conhecimentos caseiros, mergulhei na piscina de barrigada. Balancei, corri, chorei, perdoei, amei, cresci. Infelizmente eu cresci, mas existe alguém dentro de mim que diz que nem por isso eu deixei de ser criança, diz que infância é estado de espírito.




8 de outubro de 2009

O menino Curumim.

Curumim era um menino de descendência indígena. Daí o nome tão singular num mundo onde tudo parece igual. Ele até que era boa gente, tinha os olhinhos puxadinhos e o cabelo negro e liso, tipicamente indígena e unicamente brasileiro, adorava frequentar as aulas de história, quando a professora contava tudo sobre a sua gente. E defendia se algum coleguinha quisesse ofender, não gostava de ser chamado de indiozinho da mesma forma que os colegas se ofendiam quando chamados de urbanóides, parecia injusto já que era o que eles eram mesmo, o problema é que quando falavam assim, falavam com desdém. Os amigos mais íntimos o chamava de 'Mim' - Mim, vem aqui. Mim, faz isso. Ele até que gostava, se fazia de pomposo e caminhava com pinta de gente grande. As amigas gostavam mesmo era de mexer no cabelo dele, sempre comentavam: Olha só, o Mim nem precisa de chapinha. E todo mundo adorava quando o Mim trazia o que comer para escola, eram sempre coisas tão gostosas, não tinha na casa de ninguém. Nos fins de semana chuvosos, Mim ouvia sempre as piadinhas: Pare de fazer a dança da chuva, faça a dança do sol. E o dia mais legal do ano, era dia 19 de Abril. Se sentia tão importante, era o dia do índio. Mim, era sempre homenageado, a diretora nunca cansou de repetir o mesmo discurso: Nem toda escola tem um pedaço da história tão perto de si. Nem toda escola tem um índio a sorrir. E nem seria necessário contar, se não me fosse tão prazeroso que Mim estufava o peito feito pomba, coberto de orgulho.
Mas, a verdade era que Mim não gostava de português. Não gostava era pouco, ele detestava. Dona Joana a professora era um amor, mas ela tinha que ensinar. Toda a redação era a mesma coisa, ela estava cansada de falar para a garotada que não conseguia entender: Mim não faz nada.





5 de outubro de 2009

Galerinha!

Tem blog novo na parada, prometo voltar aqui para fazer posts pra vocês. Mas, os estudos andam me consumindo por inteira e ando pedindo para respirar. Minha amiga, Dany me convidou para uma nova parceiria... Sim, nós somos sócias em várias coisas. Está aí um convite pra vocês conhecerem um pouco dos autores que fazem sentido para o nosso mundinho, pequeno... mas encantador! Aquele que não se vê só o que é visível. O que é mais importante, nós costumamos sentir com o coração.... seria pedir demais pra vocês darem uma passadinha por lá?


http://estouroempalavras.blogspot.com/

Faz sentido pra gente, deve fazer pra vocês também.


Milhões de beijos, pequena. :)