19 de maio de 2014

Só por hoje.




Hoje é um daqueles dias em que me encontro com a sensibilidade exacerbada, quando não entendo porque sentir tanto assusta as pessoas na mesma medida. Olha, cara, eu queria dizer que você tem muita sorte! É, juro, pois se estivesse aqui neste momento, não escaparia do meu bombardeio de emoções, eu diria perfeitamente e sem o menor pudor, pela primeira vez, que gosto de você.
Não sei dizer se nasci na época errada ou se sou desajustada para qualquer tempo, mas não entendo essa mania que essas pessoas têm de acreditar que gostar dos outros é pecado, não pode, isso é feio, menina, tira esse gostar daí a-go-ra!
Por quê?
Que mal tem assumir que o bem da gente mora dentro de um abraço?
Tanto fizeram que ando contaminada por essa porcaria. Fico dizendo o tempo todo que não posso gostar de você. “Porque se não, Joyci, você já sabe, vai se dar mal.” Cobra minha consciência coletiva.
Mas, hoje. Hoje não.
Se você estivesse aqui, eu te daria um abraço como aquele do primeiro encontro, em que me pendurei no seu pescoço. E te diria que você começou me ganhar, um pouco antes desse abraço, quando seus braços esquentavam os meus num carinho delicado, mas no momento em que eu estava prestes a te soltar e você pediu pra eu ficar “mais um pouco” ali, você desarmou minha estratégia e o meu coração. Hoje você saberia o quanto eu adoro quando você me faz rir, mesmo quando eu rolo os olhos e que fico muito contente em saber que você se importa com os meus palpites e comigo.
Hoje você não escaparia, teria que ouvir minha playlist do John. Mesmo achando que as canções dele são “canções esquisitas de amor” e a gente encontraria, certamente, uma que se encaixaria no nosso momento. Hoje eu te explicaria a minha não necessidade de nomear as coisas, compensada pela hiper necessidade de sentir e vive-las, cada gota. Será que você entenderia?
Pela primeira vez pensei em você ao ouvir uma música, sem sentir culpa. E assumi o meu medo, enquanto cantarolava os versos que diziam que parte da beleza de se apaixonar é o medo que a outra pessoa não se apaixone.

Hoje, pela primeira vez, te escrevi um texto sem apagar nenhuma vírgula.

Um comentário:

Todas as Letras por um Tom disse...

Joyci, impressionante como dividimos a vida mesmo cada uma estando em lugares distintos.
Infelizmente, eu ainda continuo no ontem amiga. Me privando de viver os amores por medo. Hoje mesmo pensei sobre isso e conversei com uma colega, o quanto o amor me assusta e de como corro dele. Não me permito.
Que o hoje seja teu amanhã também e ainda que vc venha chorar, acho que nada substitui sorrisos conquistados.

Grande abraço minha Pequena,
Sol Sobreira

P.S.: Obrigada pelo comentário deixado lá no blog. = )