Curumim era um menino de descendência indígena. Daí o nome tão singular num mundo onde tudo parece igual. Ele até que era boa gente, tinha os olhinhos puxadinhos e o cabelo negro e liso, tipicamente indígena e unicamente brasileiro, adorava frequentar as aulas de história, quando a professora contava tudo sobre a sua gente. E defendia se algum coleguinha quisesse ofender, não gostava de ser chamado de indiozinho da mesma forma que os colegas se ofendiam quando chamados de urbanóides, parecia injusto já que era o que eles eram mesmo, o problema é que quando falavam assim, falavam com desdém. Os amigos mais íntimos o chamava de 'Mim' - Mim, vem aqui. Mim, faz isso. Ele até que gostava, se fazia de pomposo e caminhava com pinta de gente grande. As amigas gostavam mesmo era de mexer no cabelo dele, sempre comentavam: Olha só, o Mim nem precisa de chapinha. E todo mundo adorava quando o Mim trazia o que comer para escola, eram sempre coisas tão gostosas, não tinha na casa de ninguém. Nos fins de semana chuvosos, Mim ouvia sempre as piadinhas: Pare de fazer a dança da chuva, faça a dança do sol. E o dia mais legal do ano, era dia 19 de Abril. Se sentia tão importante, era o dia do índio. Mim, era sempre homenageado, a diretora nunca cansou de repetir o mesmo discurso: Nem toda escola tem um pedaço da história tão perto de si. Nem toda escola tem um índio a sorrir. E nem seria necessário contar, se não me fosse tão prazeroso que Mim estufava o peito feito pomba, coberto de orgulho.
Mas, a verdade era que Mim não gostava de português. Não gostava era pouco, ele detestava. Dona Joana a professora era um amor, mas ela tinha que ensinar. Toda a redação era a mesma coisa, ela estava cansada de falar para a garotada que não conseguia entender: Mim não faz nada.
Mas, a verdade era que Mim não gostava de português. Não gostava era pouco, ele detestava. Dona Joana a professora era um amor, mas ela tinha que ensinar. Toda a redação era a mesma coisa, ela estava cansada de falar para a garotada que não conseguia entender: Mim não faz nada.
7 comentários:
"Nem toda escola tem um pedaço da história tão perto de si. Nem toda escola tem um índio a sorrir."
Que lindo +___+
O Mim devia se achar muito diferente dos outros, como acontece normalmente :/ Coitadinho do Mim...
Gostei da história, amor. Achei pequena para o tamanho 'normal' dos seus textos. Fiquei meio sentida pelo Mim, mas gostei mesmo!
E outra coisa que gosto é de poder ser a primeira a comentar *-*
Te amo ♥
Mim faz muita coisa sim, hein? UASUAH
Texto inteligente e bem construído, amor. Tá, texto seu inteligente e bem construído é a mesma coisa de subir para cima, haha.
Te amo, minha pequena futura jornalista.
Que belo textoo!!
acho lindo hoje em dia
quando as pessoas ainda lembram
de ressaltar a importancia indigena
beijoos
Adorei pequena, principalmente o final. Lembrei do professor Pasquale "Mim não conjuga verbo"
RSRS
beeeijo
saudades daqui.
ótimo texto.
tenha um belo domingo.
Maurizio
que belo texto...
singelo, como o Mim...
beijão
Ah, cara, tu arrasa! :D
Adoro, adoro...
Muito inteligente teu texto.
O final, então?
Perfeito! :D
Adorei!
•••
Pequena, eu tô bem. :D
Fiquei tão feliz que você me visitou. ^^
E, mais, que você tá bem.
Ah, nem precisa agradecer por eu ter passado lá no blog - é com todo o prazer que faço isso, saiba!
Eu que tenho que agradecer por você ser toda atenciosa, seus comentários serem sempre gentis e amáveis. Enfim, agradeço de todo o coração, tá?
Felicidades pra ti, muitas!
Beijo enorme!
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