1 de julho de 2013

O meu tipo




            Tem mais mistérios que o universo por ser descoberto e talvez seja essa a causa de tamanho encanto. É segredo? Os olhos dele me dizem que sim e no mesmo instante me revelam outros tantos. E às vezes dá um medo, insegurança, não sei e vem aquela vontade aparentemente incontrolável de jogar tudo pro alto e começar do zero. Recomeço. Recomeço a entender o porquê de tanto tempo nessa história tão nossa e tão clichê. O amor que talvez não devesse mesmo acontecer, mas quem é que diz isso afinal? Meu coração gritante anuncia que é você, que foi você e que continuará sendo você, por séculos e séculos, amém.
            Adoro quando diz meu nome baixinho, como num sussurro discreto e o sotaque chiado acelera as batidas do meu coração. O que eu não entendo fica para depois, só consigo rir de você me contando daquela conversa com seu amigo: “Dela eu só revelo alguns poucos milagres e que milagres”. Só tinha de ser com você.
            Piadista, como sempre foi ri do que eu choro e me faz ver que não é o fim – da linha, da história, do mundo. De humor refinado e inteligentíssimo sabe exatamente como descontrair. Uma comparação, uma sátira quando não uma ironia pra arrancar um sorriso meu, porque sabe as doses exatas e passa longe da falta de educação.
            Isso sem falar da paixão – avassaladora, eu diria – por futebol. Nunca vi algo nem parecido, é lindo. Domingo? Sagrado. Quarta-feira? Idem. Sente-se, sinta-se a vontade, porque como canta nossa torcida: O show está começando. O mais curioso de tudo é que – pasmem! – você não conseguiria nem sequer odiá-lo por isso.
É tão intrigante sua persuasão, é capaz de te fazer acreditar no que duvidava. E não, não espere convencê-lo do contrário. Você vai se cansar, enquanto ele, incansável, continua a bater na mesma tecla.
Parece saber o momento exato em que você precisa ouvir alguma coisa e diz, sempre diz. Às vezes, é verdade, diz até algo que você não quer, mas precisa. E o faz da melhor maneira, puxa sua orelha com uma mão enquanto a outra afaga seus cabelos. Essas mesmas mãos açoitam o medo quando ele aparece. E você esquece.
É o tipo de homem que não faz nenhum esforço para parecer um gentleman, não faz questão, no entanto, quando você precisa que ele deixe as grosserias de lado, acaba por fazê-lo, sem que você peça. Porque ele entende, sempre entende o que você não diz. 

Um comentário:

Ariana Coimbra disse...

O amor é cíclico. Ele nos aprisiona e nos liberta ao mesmo tempo. Mas ele muda dentro de nós. Aliás, nós é que mudamos na presença dele. As coisas começam de um jeito e com o tempo amadurecem, criam formas adequadas ao ritmo dos sentimentos.
Tudo isso é tão lindo, tão especial... Ter uma boa companhia para compartilhar esses sentimentos! Gostei muito do texto.
Beijos