11 de fevereiro de 2009

É, eu cresci.

Eu? Uma pessoa um tanto quanto... Estranha. Gosto de andar sozinha, caminhar observando absolutamente tudo que acontece a minha volta. Sentir a segurança sob os meus pés e o vento com toda a sua delicadeza tocando o meu rosto e esvoaçando os meus cabelos, sentir, sentir, sentir. Eu gosto de sentir.
É quando eu estou sozinha que meu mal-humor vai embora e o único peso que eu carrego e com muito prazer é o peso dos meus sonhos, quando eu estou sozinha é quando eu tenho tempo pra mim e para todas as minhas vontades. É quando tudo começa a fazer sentido, é quando eu encontro o meu mundo, o mundo mais encantado que existe, quando aquela criança cheia de medos que vive dentro de mim escapa e é feliz. Ela não tem medo de não gostarem dela naquele momento, ninguém ali a conhece, que mal faz? É quando o medo da desaprovação some... perde-se. Quando estou sozinha eu não sou mais meia verdade eu sou a verdade inteira, é quando me olham e se eu não gosto faço cara feia. É quando eu aprendo o valor que tem aquele abraço gostoso do reencontro, é quando eu dou valor devido a estar cercado de quem me interessa, é quando eu acalmo a minha alma e busco forças pra viver no meio de quem eu amo e no meio de quem eu não estou aí, é quando eu me sinto pronta, revejo meus valores e sinto saudade. Saudade do tempo que ainda não passou, eu olho pros lados, olho pra mim e me vejo uma quase mulher, de salto carregando bolsa e andando no centro. Não mais aquela menina acanhada, sem maquiagem e cheia de manhas que ia roubar amoras na chácara vizinha nos fins de semana que passava com a família. Onde isso foi parar? Ficou só na lembrança.
E dói tanto, eu vivia tão intensamente que eu não me vi crescer, eu não vi que eu agora tenho responsabilidades e que o meu pecado é culpa minha, o meu medo é culpa minha. Vejo que meu medo de dormir sozinha passou e eu perdi o meu travesseiro favorito que conhecia todos os meus medos, agora vivo num mundo de gente grande, posso estar alheia a tudo ou até mesmo fazer parte do todo.
Não leio mais histórias de crianças e sim os livros pro vestibular, vejo que não há mais tempo pro caráter ser construído, que o que eu ganhei é o que eu vou levar pra sempre... ouço falarem de educação infantil e não me encontro mais nesse universo. Me vejo de repente dando conselhos adultos e me sentindo uma pequena menina. Ouço falarem que eu rebolo mais que uma model Brasileira internacionalmente conhecida, mesmo não tendo uma malícia adulta. Nossa, que confusão... Será que um dia eu conseguirei entender o que é ser Joyci? É tão complicado, mas não tenho medo, seguirei em frente.

Um comentário:

Joyci Dias disse...

Já disse que amo o jeito que você escreve e os temas escolhidos por você, mas acho que não custa nada repetir.
E ainda fica dizendo que perdeu o jeito só para ganhar elogio, hein espertinha? Ham! UASUAHSU Te amo, minha lovely escritora ;D
Fernanda | 02.11.09 - 2:22 pm | #
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Acho que todo mundo sempre acaba passando por isso. ~:
Nós temos uma certa dificuldade em se localizar no tempo, quando as mudanças ocorrem dentro de nós mesmo.
Mas eu acho que isso é tão bom, e com certeza você acaba crescendo muito nesse período.
Cada fase da vida, uma experiência nova e você vai aprendendo com o tempo a gostar delas.
O tempo passa tão rápido, aproveita bastante Joooyci. :D


Beeeeeijos. :* ♥
Julianna Vrech | Homepage | 02.12.09 - 3:26 pm | #